Stella adentra o âmago de seus questionamentos, suas incertezas e também de suas convicções sem medo ou indiferença. Percebo claramente que ela não teme as águas, os portos, o sangue, os cortes, o perdão e o recomeço sem prisões... Relata as lembranças boas de sua infância e mocidade, da família, do colo da mãe, dos fatos cotidianos. Tudo isso sem passarem despercebidas as pessoas e emoções ao seu redor, sobre as quais discorre liricamente.

Da vivência individual e profunda, ela sofre e também se alegra ao compor seus versos. Como autora, intérprete e consumadora de seus sins e nãos, declara em alto e bom som: “Eles me salvam e expurgam a cada dia meus males”.

ECOS DO SEMPRE é, enfim, uma composição surreal de palavras e metáforas que recorre aos mares e suas marés a fim de retratar experiências. O registro de juras e promessas da memorável união, seu fim e então o recomeço pela força do amor de dois seres. A dificuldade de nos depararmos com nossos fantasmas que borbulham nas tenebrosas e gélidas noites da psique humana e, ao mesmo tempo, o desovar para a euforia e a felicidade. Os caminhos que a vida nos reserva, descritos com uma sutileza tantas vezes imperceptível aos nossos olhos. A elucidação dos sinais escondidos por detrás das palavras. O render-se à existência de um único e verdadeiro amor.

Trechos do Prefácio de Teresa Azevedo, poeta.