Cleonice Schlieck
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Graduada em Letras, especialista em "Estudos da linguagem" e apaixonada por Literatura, a escritora faz de sua paixão um instrumento de diversão, prazer, entrega e reflexão.
Cleonice Schlieck (12/06/1983—...) nasceu no estado de Santa Catarina, no município de Maravilha. Ao chegar em idade escolar, sua mãe e sua professora formaram parceria para que ela se apaixonasse de modo definitivo pela leitura.
Aos onze anos de idade, acompanhou a família na mudança para a cidade de Chapadão do Sul—MS, onde seu pai passou a trabalhar como tratorista no interior de uma grande fazenda. Foi neste município que ela descobriu aquilo que Guimarães Rosa chamou de “fazendões de fazendas”, em contraste com a pequena propriedade rural de subsistência onde ela fora criada.
Desde esse período, passou a escrever seus primeiros poemas, primeiro para participar de eventos religiosos, depois para expressar seus sentimentos e opiniões. A partir de 1998 passou a se interessar por contos e, principalmente, por romances.
Em 2003, ao ingressar no curso superior de Letras (pela Universidade Estadual de Mato grosso do Sul—Campus de Cassilândia—MS) descobriu seu estilo e passou a redigir de forma mais literária e mais coerentemente com suas ideias.
Na opinião da autora, o mundo moderno tem cada vez menos tempo para a leitura, o que exige que a linguagem dos livros seja cada vez mais popular e acessível a todas as classes sociais, principalmente ao público jovem, o qual, diante das novas tecnologias, tende a deixar o livro impresso esquecida nas bibliotecas públicas.
Por outro lado, a literatura contemporânea não pode apenas focar-se na arte como arte. Ao contrário, a velocidade da comunicação em oposição às persistentes desigualdades sociais no interior do país — combinada à globalização — exige que o texto seja, também, social, lúdico e reflexivo, acessível a todas as idades e composto por ideias que, de fácil leitura, contemplem fatores profundos da organização social.
Anjo de uma asa só
Segmento: Literatura
Ele se deu conta, de repente, que já tem doze anos, mas não possui nenhuma lembrança de ter tido uma família ou um momento de carinho sincero. Ao contrário, a casa em quemora é um cativeiro, o homem a que chama de pai é seu carrasco e a infância roubada se resume a prestar favores que seu corpo já não pode suportar. A opressão da qual é vítima é horrível, mas a reação pode ser fatal. No entanto, ele já não pode mais se submeter a essa exploração.
ANJO DE UMA AS A SÓ
Além disso, é preciso descobrir sua própria identidade, no duplo sentido da palavra. Quem ele é? De onde veio? Qual seu destino? Qual seu caráter? Para tentar descobrir sua verdadeira história, será preciso enfrentar seu algoz, tentar uma fuga quase impossível e afrontar autoridades constituídas, afinal, seu desumano sequestrador representa para o município onde mora um papel de liderança, domínio e influências.E agora? Será que ele vai conseguir?Como pano de fundo, a autora questiona a exploração sexual (de mulheres e crianças), o tráfico de drogas e armas, a corrupção e a omissão das autoridades.Excelente livro para quem busca diversão e reflexão.
